Sou um pilha!Dou energia aos objectos e ponho-os em movimento.
Dou-lhes a verdadeira vida, a vida que eles gostavam de conhecer sem darem um laço de relacionamento comigo.
Agora estou a viver em casa do Pedro, ele dá-me o gozo que qualquer pinha gostaria de ter.
Hoje dou vida às teclas de um piano, oiço as notas soar, com a suavidade de uma pena; antes de ontem, o Pedro colocou-me num brinquedo do seu filho, fui um pouco mal tratada, caí várias vezes e cheguei a beber água em excesso, mas diverti-me como há muito não fazia.
Esperem lá, estou a sentir que o meu cobertor está a ser retirado... é o Pedro, acabou de me tirar do carro telecomandado e leva-me consigo até ao escritório.
Iuhphii!Agora é que vai ser, vou ser a carga do comando da consola. E vou jogar um jogo de rally. Já está ganho, sou rápida que nem uma lebre, já ninguém me pára.
Ou não, jantar? E eu? Vá-la não me deixes aqui sozinha! O Pedro não me ouvia, e fiquei mais umas quantas horas, ali a olhar para o nada, aborrecidíssima.
Finalmente chegou, mas mudou o jogo, agora é de pensar, estratégia e perícia, são os meus favoritos! acabámos por ganhar, como sempre, e , no final do jogo, o Pedro retirou-me do comando e levou-me para a cozinha, colocou-me em cima da banca e foi-se embora.
Não queria acreteditar, estava mais gorda e por isso rebulava mais rapidamente e com mais facilidade, ohoh não, ohhhh, estou na pontinha da banca, estou prestes a cair!
Não, não, não, socorro, estou no caixote do lixo! Peeeeeeedro socorro, salva-me, ainda tenho enrgia para dar e vender.
Pelos vistos o Pedro não me ouviu e eu, num dia da Teresa fazer as limpezas à casa, fui num lixo para outro lixo. Acabou-se a minha vida e, aos poucos e poucos, acabei por me desligar.
Carolina Fernandes, Nº4, 9ºA

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