quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Estou dentro do meu computador

Eu sou considerado o pior menimo à face da terra. Toda a gente diz que sou um menino feio, que tenho cara de estalos e que não defia ser mal-educado, mal comportado e muito chato.
Tenho 6 anos e toda a gente me repreende. Os meninos lá da escola, não brincam comigo e eu, bem lá no fundo da sala, estou sempre sozinho.
Até que, num dia bem diferente, quando a escola andava em rebuliço, uma menininha deslumbrante, loira e de olhos verdes se aproximou de mim. Perguntou-me se eu sabia o que estava a passar, e depois, sem eu lhe responder, foi-se afastando suavemente. De repente a professora muito atrapalhada, chamou-nos para dentro e comunicou-nos que naquele dia iriamos ter uma visita inesperada, a visita do Doutor Engenheiro Sócrates. Finalmente iriamos ter os nossos tão esperados Magalhães.
Estava entusiasmado, feliz e cheio de esperanças até que a professora Paula, veio ter comigo, deu-me um milhão de desculpas, pedia que me portasse em condições, que fosse bem educado e que não lhe desse problemas. Com uma cara de anjinho, prometi-lhe que seria um doce.
O telefone tocou, apercebi-me que era a notícia que a professora esperava, estava nervosa e bastante ansiosa, quando desligou o telefone, rápidamente deu um grande berro: Está a chegar, é agora!
O que ela foi dizer; toda a gente corria de um lado para o outro sem saberem bem porquê, era uma revolução, parecia mesmo a revolução soviética, que demos antes de ontem numa aula, com uma professora especial. Que dizer? Na realidade, apenas eu tive essa aula, todos os outyros andavam preocupados com segredinhos e gestinhos.
A campainha soou, estavam a entrar os Magalhães, mas eu vi algo que me agradou mais. Era uma caixa aberta, cheia de boracos e boraquinhos e à volta estavam imensos parafusos. Olhei, apreciei, esperei que o senhor que estava ao seu lado se afastasse um pouco be acabei por entrar lá para dentro. nunca tinha visto nada assim, era um sítio mágico como nas histórias que a minha mãe me contava antes de dormir. Era exatamente do meu tamanho.
Inconsientemente, desliguei uns botões, desapertei umas fitas e parti uns pinos que pareciam pilhas. Aquilo sim era um mundo. Quando desviei o olhar vi um ecrã, apercebi-me de que era um computador e ainda melhor, eu estava lá dentro, podia comandar os exércitos dos jogos, podia pintar o ambiente de trabalho e ainda ganhar mais rendimentos para o Travian do meu pai. Estava dentro de um computador e era eu o seu cérebro, por isso tudo o que pensava estava a ser escrito numa página do Word.
Trrrrrriiiiiimmmm! Estava tocar! Abri os olhos vagarosamente, afinal tudo aquilo era imaginação pura e fértill. olhei para a prente, lá estava professora Paula. Com uma cara carrancuda e cisuda, olhou para mim e disse, «quero-te no meu gabinete, a seguir!»

Fui parar ao caixote do lixo

Sou um pilha!Dou energia aos objectos e ponho-os em movimento.
Dou-lhes a verdadeira vida, a vida que eles gostavam de conhecer sem darem um laço de relacionamento comigo.
Agora estou a viver em casa do Pedro, ele dá-me o gozo que qualquer pinha gostaria de ter.
Hoje dou vida às teclas de um piano, oiço as notas soar, com a suavidade de uma pena; antes de ontem, o Pedro colocou-me num brinquedo do seu filho, fui um pouco mal tratada, caí várias vezes e cheguei a beber água em excesso, mas diverti-me como há muito não fazia.
Esperem lá, estou a sentir que o meu cobertor está a ser retirado... é o Pedro, acabou de me tirar do carro telecomandado e leva-me consigo até ao escritório.
Iuhphii!Agora é que vai ser, vou ser a carga do comando da consola. E vou jogar um jogo de rally. Já está ganho, sou rápida que nem uma lebre, já ninguém me pára.
Ou não, jantar? E eu? Vá-la não me deixes aqui sozinha! O Pedro não me ouvia, e fiquei mais umas quantas horas, ali a olhar para o nada, aborrecidíssima.
Finalmente chegou, mas mudou o jogo, agora é de pensar, estratégia e perícia, são os meus favoritos! acabámos por ganhar, como sempre, e , no final do jogo, o Pedro retirou-me do comando e levou-me para a cozinha, colocou-me em cima da banca e foi-se embora.
Não queria acreteditar, estava mais gorda e por isso rebulava mais rapidamente e com mais facilidade, ohoh não, ohhhh, estou na pontinha da banca, estou prestes a cair!
Não, não, não, socorro, estou no caixote do lixo! Peeeeeeedro socorro, salva-me, ainda tenho enrgia para dar e vender.
Pelos vistos o Pedro não me ouviu e eu, num dia da Teresa fazer as limpezas à casa, fui num lixo para outro lixo. Acabou-se a minha vida e, aos poucos e poucos, acabei por me desligar.

Carolina Fernandes, Nº4, 9ºA

Fui parar ao caixote do lixo

Estava um dia solarengo, ao final da tarde com o pôr-do-sol à frente, e nós agarrados um ao outro ao pé da varanda. A tarde tinha sido óptima e a Joana ia jantar. Eu tinha passado o dia em casa dela mas os pais não sabiam da nada e se soubessem provavelmente reagiriam mal. Por isso eu estava lá às escondidas. Quando ela acabou de jantar, foi ao frigorífico e trouxe-me umas sandes. A noite avançou e ela estava cheia de sono. Beijámo-nos, antes de me ir embora até que ela me disse:
- Não queres ficar mais um bocado?
-Por mim tudo bem, mas tu não dizias que estavas cheia de sono?
-Estou mas posso-te aturar mais um bocado. Assim mais intimamente.
-Já começo a perceber.
E a partir daí beijei-a, ela contribuiu e caímos os dois na cama. Deixámo-nos envolver mas de repente ouve-se um barulho do lado de fora da porta. Saí de cima da cama, dei-lhe um beijo rápido e saltei pela janela. Caí directamente para o monte de lixo domestico, mas a tampa caiu-me em cima e eu desmaiei.
Acordei no dia seguinte com um cheiro horrível.

Fui parar ao caixote do lixo

A vida é triste e a minha é um exemplo disso.
Há uns dias, julguei estar no paraíso. vi Vénus, a deusa do amor. Mas que mulher mais bela! Ela sim, é a prova viva de que Deus existe!
Esta Vénua chama-se Sara e trabalha no bar da esquina.
Nesse dia, Sara estava diferente do habitual. Usava umas calças de pele pretas, justas à perna, que lhe definiam a sua belíssima silhueta. Vestia um top vermelho, com um decote tentador. umas botas grosseiras de salto alto e o cabelo preso.
A sua pele branca de bebé realçava os seus olhos verdes, com maquilhagem muito leve.
Deusa é pouco para a definir!
A maneira como caminhava, como compunha os cabelos que iam escorregando, como punha os óculos de sol... arrepiava, eu juro.
Cruzou-se comigo. E a brisa que provocou cheirava a rosas.
Foi demais para meu coração e eu cedi.
Corri para aquele sol quente, agarrei-lhe o braço e beijei-a. Beijei-a profundamente. E ela não recusou.
Esqueci-me de quem sou, de como respirar. Mas alguém ao fundo da rua, berrava, grosseiramente.
Apenas me apercebi de que os berros se dirigiam- a mim, quando Sara me sussurrou ao ouvido para eu fugir.
Mas já era tarde.
O seu noivo agarrou-me pelo pescoço, esbofeteou-me e pontapeou-me. De cabeça, fui parar ao caixote do lixo.
E durante horas não me importei de lá estar.
Fui parar ao caixote do lixo, mas com a prova nos lábios, de que o homem é capaz de deixar a sua marca perante Deus.

Estou dentro do meu computador

Fantástico. Impossível. Inacreditável. Quando era criança questionava-me sobre o funcionamento de um computador. Como é que acendia todas aquelas luzes brilhantes; como nos assustava com aqueles barulhos irritantes sempre que entrávamos em páginas proibidas. Ou como era capaz de guardar as palavras-chaves de acesso às pastas do irmão mais velho; ou todos os nossos trabalhos: como é que lá ficavam depois de se desligar? Como é que tanta, mas tanta coisa cabia naquele velho paralelepípedo branco, que sempre que o ligava mais parecia uma sirene?
numa noite, ao tentar adormecer, lembrei-me de todas estas dúvidas que povoavam a minha mente inantil. eram, de facto, infantis, mas agora, se me fizerem todas aquelas perguntas também nao sei responder. fechei os olhos.
hoje acordo e vejo-me rodeado de anões. centenas deles.
Todos trabalham arduamente. Em marcha, e em movimentos iguais, uns guardam CDs do tamanho de um dente; outros estão em frente de ecrãs gigantes, onde se visualiza a imagem do meu irmão, com um olhar embevecido, sabe-se lá em quê; outros movem-se por entre prédios gigantes, ao que chamam de "motherboard".
sim, estou dentro do meu computador. mas hoje, estou no meu dia livre.
Estou numa sauna, chamada de "Ventoinha". Estes banhos de ar quente relaxam-se por completo.
lá em baixo, a campainha de emergência toca. um vírus entrou no sistema e poderá danificá-lo todo se nao for removido com antecedência.
Mas eu nao me importo. Enquanto aqui estou, nao ouço os choros do meu irmão, que diz à minha mae que lhe estraguei o computador.

Ana Francisca Morais, 9ºA

Entrevista às monitoras

Entrevista – “Por detrás da cena”
Na sequência da visita de estudo/ oficina no Teatro Viriato de Viseu, considerámos importante a realização de uma entrevista às nossas monitoras, Maria João Rochete e Raquel Marques. O objectivo primordial relacionava-se com o trabalho desenvolvido com as escolas. O guião da entrevista foi enviado por e-mail, dada a impossibilidade de nos deslocarmos novamente a Viseu.
Alunos - Como surgiu a ideia de promover esta iniciativa?
Monitoras- O Teatro Viriato tem vindo a promover iniciativas, como as visitas guiadas, de forma a sensibilizar e despertar o espírito de descoberta, de aprendizagem e de interpretação e apelar aos sentidos, na interacção com os espaços e as memórias do Teatro, através de estratégias e recursos pedagógicos e criativos e daí surge a ideia de conceber esta visita.
Alunos - Há quanto tempo desenvolvem este projecto ?
Monitoras- Esta visita existe desde 19 de Março de 2009.
Alunos - Gostam de desenvolver projectos deste tipo com as escolas?
Monitoras- Sim, é sempre um prazer receber os grupos escolares e dar-lhes a conhecer e experimentar as práticas de trabalho técnico que antecedem o momento mágico de um espectáculo e, depois, o próprio espectáculo.
Alunos - Consideram fácil desenvolver esta actividade em tão pouco tempo? (2horas)
Monitoras- Nunca é fácil criar cenários, desenhar luzes, testar som, conceber imagens, adaptar a cada espaço, ensaiar, subir ao palco e depois descer. No fim, aplausos e novas experiências são sempre guardadas nas nossas memórias como monitoras e pensamos que na memória das pessoas que connosco partilharam estas duas horas de descobertas e fantasias.
Alunos - Qual é a parte mais difícil? E a mais simples?
Monitoras- Achamos que talvez seja a parte da decisão do tema e depois do título.
Não há partes mais simples, há sim partes mais divertidas e talvez a nossa preferida seja o resultado final, a apresentação do espectáculo.
Alunos - Qual é a reacção mais habitual dos jovens que aí vão?
Monitoras- Em geral, é muito boa, uma vez que não estavam a contar com uma visita tão interactiva e tão movimentada. Pensamos que, no fim, todos os participantes ficam muito orgulhosos do trabalho que desenvolveram.
Alunos - Qual foi a pior experiência durante o desempenho desta actividade?
Monitoras- Até hoje não aconteceu nada de mau nestas visitas. Pedimos desculpa, mas não temos uma má experiência para vos contar.
Alunos - Quando eram da nossa idade, deram-vos a oportunidade de participar em actividades como esta?
Monitoras- Na nossa altura (mas olhem que não somos assim tão velhas), não tivemos muitas iniciativas como esta, por isso achamos que temos muita sorte em vos poder proporcionar esta experiência e vocês de a receberem.

Agradecemos, mais uma vez, a colaboração e amabilidade das monitoras e, finalmente, queremos felicitá-las pelo óptimo desempenho e pela cordialidade com que nos receberam.

Joana Pinto
Mariana Almeida
Tomás Ambrósio

Fotografias da actividade


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Um olhar “Por detrás da Cena”

No mês de Outubro, tivemos o prazer de realizar uma visita de estudo ao teatro Viriato de Viseu, pensando que iríamos percorrer os bastidores, mas, de repente, vimo-nos envolvidos numa experiência inolvidável.
Tivemos a experiência de sermos uma mini companhia de teatro, uma equipa de técnicos e actores.
Vimos como é difícil chegarmos ao produto final (a apresentação para o público) e como não são só os actores que têm todo o trabalho. Os técnicos têm um papel fundamental, são a base do espectáculo porque sem eles não teríamos as sensações que as luzes e os sons transmitem.
É um longo percurso que as empresas de teatro têm de realizar até chegarem ao momento final: têm de escolher o tema da apresentação, o título do espectáculo, divulgá-lo, ensaiar persistentemente, seleccionar sons, cores, efeitos de luz, cenário. Tudo é importante para que no fim surja o verdadeiro espectáculo
Conscientes do esforço que se empreendeu para que tudo fosse perfeito, poderemos afirmar, agora, que dá mais gosto ir ao teatro.
João Ambrósio nº 4

Uma visita ao Teatro Viriato de Viseu

“Por detrás da cena”
No dia 14 e 15 de Outubro, os alunos do 9º ano e do 11ºA deslocaram- -se ao Teatro Viriato de Viseu para realizar uma visita de estudo/ oficina, subordinada ao tema “Por detrás da cena”.
O intuito desta visita era o cumprimento de objectivos programáticos de Língua Portuguesa, em estreita colaboração com a Biblioteca da Escola.
Os alunos foram surpreendidos com uma proposta de produção de um espectáculo. Assim, após explicações pormenorizadas por parte das monitoras, foram escolhidas as equipas técnicas e a dos actores. Anteriormente, os alunos já haviam seleccionado o tema e o título do espectáculo para, posterior, divulgação. Enquanto o título escolhido pelo 9ºB e 11ºA foi A Guerra dos Sexos, o do 9º A e C foi Música no Chuveiro.
Os técnicos do som e da luz, os cenógrafos e o grupo de actores preparam o espectáculo que veio a ser representado no final da actividade. Como prémio, o Teatro Viriato ofereceu o cartaz de divulgação do espectáculo que poderão ver e adquirir, bem como as fotografias da actividade e filmagens, na Biblioteca da Escola.

António Henriques

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

domingo, 13 de dezembro de 2009

ATELIER: "Diz-me quem és, dir-te-ei o que lês"

Os alunos do 9º A da escola E.B 2,3/S Engº Dionísio A. Cunha participaram num atelier de promoção da leitura no dia 24 de Setembro, na biblioteca municipal de Nelas.

Depois de uma breve conversa com os alunos sobre as suas preferências de leitura, a monitora apresentou-lhes um conjunto de objectos e imagens cada um ilustrado com um excerto da obra a que se referiam. Depois duma análise de cada um destes conjuntos foram-lhes apresentadas várias obras literárias que estes tinham de relacionar.

Identificados os pares obra/conjunto objecto e imagem a monitora apresentou um breve resumo de cada obra com a finalidade de despertar nos jovens a curiosidade pelo resto da história.