Eu sou considerado o pior menimo à face da terra. Toda a gente diz que sou um menino feio, que tenho cara de estalos e que não defia ser mal-educado, mal comportado e muito chato.
Tenho 6 anos e toda a gente me repreende. Os meninos lá da escola, não brincam comigo e eu, bem lá no fundo da sala, estou sempre sozinho.
Até que, num dia bem diferente, quando a escola andava em rebuliço, uma menininha deslumbrante, loira e de olhos verdes se aproximou de mim. Perguntou-me se eu sabia o que estava a passar, e depois, sem eu lhe responder, foi-se afastando suavemente. De repente a professora muito atrapalhada, chamou-nos para dentro e comunicou-nos que naquele dia iriamos ter uma visita inesperada, a visita do Doutor Engenheiro Sócrates. Finalmente iriamos ter os nossos tão esperados Magalhães.
Estava entusiasmado, feliz e cheio de esperanças até que a professora Paula, veio ter comigo, deu-me um milhão de desculpas, pedia que me portasse em condições, que fosse bem educado e que não lhe desse problemas. Com uma cara de anjinho, prometi-lhe que seria um doce.
O telefone tocou, apercebi-me que era a notícia que a professora esperava, estava nervosa e bastante ansiosa, quando desligou o telefone, rápidamente deu um grande berro: Está a chegar, é agora!
O que ela foi dizer; toda a gente corria de um lado para o outro sem saberem bem porquê, era uma revolução, parecia mesmo a revolução soviética, que demos antes de ontem numa aula, com uma professora especial. Que dizer? Na realidade, apenas eu tive essa aula, todos os outyros andavam preocupados com segredinhos e gestinhos.
A campainha soou, estavam a entrar os Magalhães, mas eu vi algo que me agradou mais. Era uma caixa aberta, cheia de boracos e boraquinhos e à volta estavam imensos parafusos. Olhei, apreciei, esperei que o senhor que estava ao seu lado se afastasse um pouco be acabei por entrar lá para dentro. nunca tinha visto nada assim, era um sítio mágico como nas histórias que a minha mãe me contava antes de dormir. Era exatamente do meu tamanho.
Inconsientemente, desliguei uns botões, desapertei umas fitas e parti uns pinos que pareciam pilhas. Aquilo sim era um mundo. Quando desviei o olhar vi um ecrã, apercebi-me de que era um computador e ainda melhor, eu estava lá dentro, podia comandar os exércitos dos jogos, podia pintar o ambiente de trabalho e ainda ganhar mais rendimentos para o Travian do meu pai. Estava dentro de um computador e era eu o seu cérebro, por isso tudo o que pensava estava a ser escrito numa página do Word.
Trrrrrriiiiiimmmm! Estava tocar! Abri os olhos vagarosamente, afinal tudo aquilo era imaginação pura e fértill. olhei para a prente, lá estava professora Paula. Com uma cara carrancuda e cisuda, olhou para mim e disse, «quero-te no meu gabinete, a seguir!»